quinta-feira, 14 de novembro de 2013

"Casa"

Acordei longe deste lugar,acordei em casa com os cheiros que me são tão familiares, com o toque de uma mão macia e dedos longos que tão bem reconheço,que me pegou ao colo, acariciou e embalou desde sempre. Acordei com um tom de voz grave, que consegue ser tão doce e me leva a momentos de infância, entre saltos e mergulhos às cavalitas.

Hoje acordei num passado longínquo mas ainda palpável. Queria correr e acreditar que se desse dois passos mais longos conseguia voar e tocar nas folhas mais altas das árvores; apetecia-me nadar até ficar sem pé e pensar que estava em pleno oceano,longe de tudo, quando afinal a areia quente e macia da realidade estava a duas braçadas. O cheiro das castanhas vem-me à memória e sinto a ponta dos dedos queimar;uma castanha cai ao chão, como sempre perco uma, mas a mesma mão que me acordou esta manhã,oferece-me uma das dela. Olho para cima e sorrio...estou em Casa.

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